Inteligência artificial: uma nova aliada na reabilitação de distúrbios do movimento

De que maneira a “IA” pode contribuir com o diagnóstico precoce, tratamento e monitoramento de pacientes? A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso cotidiano e tem revolucionado áreas importantes, incluindo a medicina, ao aprimorar diferentes processos, especialmente no tratamento de distúrbios do movimento. Com a sua capacidade de análise avançada, a […]

De que maneira a “IA” pode contribuir com o diagnóstico precoce, tratamento e monitoramento de pacientes?

A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso cotidiano e tem revolucionado áreas importantes, incluindo a medicina, ao aprimorar diferentes processos, especialmente no tratamento de distúrbios do movimento.

Com a sua capacidade de análise avançada, a IA está transformando o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de condições como a doença de Parkinson1, tremor essencial, entre outras disfunções motoras.

Diagnóstico preciso e antecipado com a IA

Um dos campos mais promissores é o diagnóstico precoce. Utilizando algoritmos sofisticados, a IA analisa grandes bancos de dados contendo informações epidemiológicas e clínicas, além de imagens médicas para identificar padrões que poderiam passar despercebidos em avaliações tradicionais.

De acordo com um estudo publicado na ACS Publications5, a combinação do aprendizado da máquina com a análise metabólica abre novas possibilidades para o diagnóstico de doenças, podendo alcançar uma precisão de até 96%, anos antes do início dos sintomas como tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos, problemas de equilíbrio e coordenação, entre outros.

Os algoritmos de aprendizado da IA conseguem identificar sinais iniciais de doenças, como Parkinson, antes que os sintomas sejam evidentes, o que permite um diagnóstico muito mais rápido e preciso. Além disso, os dispositivos equipados com IA são capazes de monitorar pacientes de forma contínua, detectando flutuações nos sintomas e oferecendo uma visão mais detalhada do quadro clínico — algo que os métodos tradicionais, mais esporádicos e subjetivos, não conseguem².

Personalização dos tratamentos

O uso da ferramenta também começa a avançar, no sentido de personalizar os tratamentos para pacientes com distúrbios do movimento. Algumas técnicas terapêuticas modernas, como o HIFU (High-Intensity Focused Ultrasound), que permite aplicar energia ultrassônica em um ponto específico2, gerando calor, beneficiam-se da IA para aumentar a precisão dos procedimentos. A inteligência auxilia, por exemplo, no planejamento da intervenção, identificando a melhor área do cérebro a ser tratada, ao mesmo tempo que calcula as regiões seguras para a aplicação de ultrassom3.

Além disso, algoritmos de deep learning, projetados para simular o funcionamento do cérebro humano na tomada de decisões, têm ajudado a prever os resultados dos tratamentos com base em dados de pacientes anteriores3.

Acompanhamento e previsão de progressão

Outra aplicação valiosa da IA no tratamento de distúrbios do movimento é o acompanhamento contínuo e a previsão da progressão das doenças. Com a análise de dados em tempo real, o instrumento consegue traçar padrões de evolução da doença e prever possíveis complicações futuras4.

Assim, os algoritmos de IA podem monitorar os pacientes ao longo do tempo, ajudando a equipe médica a ajustar as terapias de forma dinâmica conforme a doença avança ou os sintomas se alteram. Este acompanhamento mais rigoroso permite intervenções mais proativas e assertivas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes4.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar de todos os benefícios, ainda existem desafios a serem superados para uma implementação mais abrangente da inteligência artificial, como o acesso às tecnologias e a necessidade de formar profissionais capacitados para interpretar os resultados fornecidos pelos dispositivos.

O futuro, no entanto, pode ser animador. Espera-se que a IA continue a evoluir, podendo tornar-se uma ferramenta indispensável no diagnóstico precoce, monitoramento contínuo e desenvolvimento de terapias inovadoras. Nos próximos anos, essa tecnologia poderá até acelerar a criação de novos tratamentos, com base em dados genéticos e biomarcadores específicos, melhorando significativamente os resultados para pacientes com distúrbios do movimento.

Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-240693. Distribuído/Aprovado em 11/2024.

1. Sociedade Brasileira de Neurologia. Disponível em: https://www.portalsbn.org/post/intelig%C3%AAncia-artificial-auxilia-no-diagn%C3%B3stico-de-parkinson. Acesso em: 23/09/2024

2. HIFU Brasil. Disponível em: https://hifu.com.br/Default/Interna/9/Sobre_o_Hifu#:~:text=A%20t%C3%A9cnica%20permite%20aplicar%20energia,resulta%20na%20destrui%C3%A7%C3%A3o%20do%20tecido. Acesso em: 23/09/2024

3. IBM. Disponível em: https://www.ibm.com/br-pt/topics/deep-learning#:~:text=O%20deep%20learning%20%C3%A9%20um%20subconjunto%20do,de%20tomada%20de%20decis%C3%A3o%20do%20c%C3%A9rebro%20humano. Acesso em: 23/09/2024

4. Academia Brasileira de Neurologia. Disponível em: https://abneuro.org.br/2021/09/22/inteligencia-artificial-em-neurologia/. Acesso em: 23/09/2024

5. INTERPRETABLE Machine Learning on Metabolomics Data Reveals Biomarkers for Parkinson’s Disease. ACS Publications, [S. l.], p. 845-1069, 9 maio 2023. Disponível em: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acscentsci.2c01468. Acesso em: 11 nov. 2024.

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Entenda as principais formas de tratamento pensados para a qualidade de vida dos pequenos

A espasticidade é uma condição neurológica, considerada um distúrbio do movimento frequente, que se manifesta clinicamente a partir do aumento no tônus muscular. Essa condição pode afetar significativamente o desenvolvimento motor, trazendo desafios tanto para as próprias crianças quanto para suas famílias e cuidadores¹.

Em crianças, especialmente aquelas que sofreram danos ao Sistema Nervoso Central durante o período pré, peri ou pós-natal, a espasticidade pode interferir nas funções básicas do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), que consiste na aquisição progressiva de habilidades à medida que os anos vão passando. Isso inclui dificuldades em alcançar marcos importantes, como o controle da sustentação da cabeça, o ato de rolar, sentar-se sem apoio, engatinhar e andar².

Também pode levar a deformidades ortopédicas, prejudicar a função manual e o aprendizado motor, contribuir para dores crônicas e afetar o controle postural e a mobilidade². Por isso, compreender essa condição e as opções de tratamento disponíveis é essencial para melhorar a qualidade de vida das crianças que convivem com ela.

Como identificar a espasticidade?

Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento motor. Por isso, é importante que os familiares e cuidadores estejam atentos aos marcos de desenvolvimento da criança.

No entanto, é fundamental que qualquer suspeita seja avaliada por um médico especializado, que poderá orientar sobre os próximos passos e a necessidade de exames adicionais.

Principais causas e diagnóstico da espasticidade infantil

Diversos fatores podem ser considerados causas da espasticidade infantil – todos eles de alguma forma afetam o cérebro e a medula espinhal, resultando na rigidez muscular característica da espasticidade. São eles:

  • AVC
  • Lesões hipóxicas-isquêmicas (falta de oxigênio no cérebro durante o parto)
  • Doenças infecciosas e/ou inflamatórias
  •  Tumores
  • Traumas na região da cabeça

O diagnóstico da espasticidade envolve uma combinação de histórico clínico, exames neurológicos e fisiátricos, testes padronizados e exames de imagem. Para avaliar a funcionalidade, são levados em consideração alguns sistemas de classificação específicos, como o GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa) e o MACS (Sistema de Classificação da Habilidade Manual)7.

Uma equipe multiprofissional também é de extrema importância, pensando em uma abordagem biopsicossocial, uma perspectiva multidisciplinar que compreende as extensões biológicas, psicológicas e social do paciente⁵.

Tratamento multidisciplinar e personalizado

O tratamento da espasticidade é multidisciplinar e personalizado para atender às necessidades específicas de cada criança, sendo comumente dividido em⁶:

  1. Reabilitação e terapias físicas: uso de órteses, equipamentos para a reeducação neuromotora e estimulação elétrica funcional são alguns dos métodos usados para a evolução da capacidade funcional.
  1. Medicações: o uso de medicamentos injetáveis podem ser uma opção de tratamento da espasticidade ao atuarem no relaxamento dos músculos e melhoria da mobilidade. Em alguns casos, medicamentos orais também podem ser prescritos para complementar o tratamento.
  1. Cirurgias: quando a espasticidade causa contraturas musculares permanentes, que não respondem ao tratamento conservador, algumas cirurgias podem ser indicadas, visando aliviar a rigidez muscular e melhorar a função motora.

A influência dos pais e cuidadores no processo de reabilitação infantil

O apoio dos pais e cuidadores é crucial para que o processo de reabilitação seja o mais acolhedor possível. Participar ativamente do programa de reabilitação, encorajar o(a) pequeno(a) paciente e seguir as orientações dos profissionais de saúde em casa, preparam a criança espástica para a vida em comunidade.

Além disso, o suporte do serviço social e psicológico para a família é essencial, ajudando a lidar com os desafios diários e garantindo que a espasticidade não limite a felicidade e o desenvolvimento pleno dos jovens em tratamento.

Referências:

1. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2022/portal-portaria-conjunta-no-5-pcdt_espasticidade.pdf

Acesso em: 30/08/2024.

2. Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/observaped/atraso-do-desenvolvimento-neuropsicomotor-adnpm/#:~:text=O%20desenvolvimento%20neuropsicomotor%20(DNPM)%20consiste,determinada%20habilidade%20na%20idade%20esperada. Acesso em: 30/08/2024.

 3. Academia Brasileira de Neurologia. Disponível em https://abneuro.org.br/2024/01/16/marcos-do-desenvolvimento-infantil-2/. Acesso em: 09/09/24

4. Ministério da Saúde. Disponível emhttps://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/resumidos/20230106_PCDT_Resumido_Espasticidade_final.pdf. Acesso em: 09/09/24

5. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Disponível em: https://posdigital.pucpr.br/blog/modelo-biopsicossocial#:~:text=descobrir%20a%20seguir.-,O%20que%20%C3%A9%20o%20modelo%20biopsicossocial,estar%20no%20organismo%20do%20paciente.

Acesso em: 30/08/2024.

6. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Disponível em: https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/espaticidade.pdf. Acesso em: 09/09/24

7. Chagas, P., Defilipo, E., Lemos, R., Mancini, M., Frônio, J., & Carvalho, R.. (2008). Classificação da função motora e do desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral. Brazilian Journal of Physical Therapy, 12(5), 409–416. https://doi.org/10.1590/S1413-35552008000500011

Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-240694. Distribuído/Aprovado em 11/2024.

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