Inteligência artificial: uma nova aliada na reabilitação de distúrbios do movimento

De que maneira a “IA” pode contribuir com o diagnóstico precoce, tratamento e monitoramento de pacientes? A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso cotidiano e tem revolucionado áreas importantes, incluindo a medicina, ao aprimorar diferentes processos, especialmente no tratamento de distúrbios do movimento. Com a sua capacidade de análise avançada, a […]

De que maneira a “IA” pode contribuir com o diagnóstico precoce, tratamento e monitoramento de pacientes?

A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso cotidiano e tem revolucionado áreas importantes, incluindo a medicina, ao aprimorar diferentes processos, especialmente no tratamento de distúrbios do movimento.

Com a sua capacidade de análise avançada, a IA está transformando o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de condições como a doença de Parkinson1, tremor essencial, entre outras disfunções motoras.

Diagnóstico preciso e antecipado com a IA

Um dos campos mais promissores é o diagnóstico precoce. Utilizando algoritmos sofisticados, a IA analisa grandes bancos de dados contendo informações epidemiológicas e clínicas, além de imagens médicas para identificar padrões que poderiam passar despercebidos em avaliações tradicionais.

De acordo com um estudo publicado na ACS Publications5, a combinação do aprendizado da máquina com a análise metabólica abre novas possibilidades para o diagnóstico de doenças, podendo alcançar uma precisão de até 96%, anos antes do início dos sintomas como tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos, problemas de equilíbrio e coordenação, entre outros.

Os algoritmos de aprendizado da IA conseguem identificar sinais iniciais de doenças, como Parkinson, antes que os sintomas sejam evidentes, o que permite um diagnóstico muito mais rápido e preciso. Além disso, os dispositivos equipados com IA são capazes de monitorar pacientes de forma contínua, detectando flutuações nos sintomas e oferecendo uma visão mais detalhada do quadro clínico — algo que os métodos tradicionais, mais esporádicos e subjetivos, não conseguem².

Personalização dos tratamentos

O uso da ferramenta também começa a avançar, no sentido de personalizar os tratamentos para pacientes com distúrbios do movimento. Algumas técnicas terapêuticas modernas, como o HIFU (High-Intensity Focused Ultrasound), que permite aplicar energia ultrassônica em um ponto específico2, gerando calor, beneficiam-se da IA para aumentar a precisão dos procedimentos. A inteligência auxilia, por exemplo, no planejamento da intervenção, identificando a melhor área do cérebro a ser tratada, ao mesmo tempo que calcula as regiões seguras para a aplicação de ultrassom3.

Além disso, algoritmos de deep learning, projetados para simular o funcionamento do cérebro humano na tomada de decisões, têm ajudado a prever os resultados dos tratamentos com base em dados de pacientes anteriores3.

Acompanhamento e previsão de progressão

Outra aplicação valiosa da IA no tratamento de distúrbios do movimento é o acompanhamento contínuo e a previsão da progressão das doenças. Com a análise de dados em tempo real, o instrumento consegue traçar padrões de evolução da doença e prever possíveis complicações futuras4.

Assim, os algoritmos de IA podem monitorar os pacientes ao longo do tempo, ajudando a equipe médica a ajustar as terapias de forma dinâmica conforme a doença avança ou os sintomas se alteram. Este acompanhamento mais rigoroso permite intervenções mais proativas e assertivas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes4.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar de todos os benefícios, ainda existem desafios a serem superados para uma implementação mais abrangente da inteligência artificial, como o acesso às tecnologias e a necessidade de formar profissionais capacitados para interpretar os resultados fornecidos pelos dispositivos.

O futuro, no entanto, pode ser animador. Espera-se que a IA continue a evoluir, podendo tornar-se uma ferramenta indispensável no diagnóstico precoce, monitoramento contínuo e desenvolvimento de terapias inovadoras. Nos próximos anos, essa tecnologia poderá até acelerar a criação de novos tratamentos, com base em dados genéticos e biomarcadores específicos, melhorando significativamente os resultados para pacientes com distúrbios do movimento.

Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-240693. Distribuído/Aprovado em 11/2024.

1. Sociedade Brasileira de Neurologia. Disponível em: https://www.portalsbn.org/post/intelig%C3%AAncia-artificial-auxilia-no-diagn%C3%B3stico-de-parkinson. Acesso em: 23/09/2024

2. HIFU Brasil. Disponível em: https://hifu.com.br/Default/Interna/9/Sobre_o_Hifu#:~:text=A%20t%C3%A9cnica%20permite%20aplicar%20energia,resulta%20na%20destrui%C3%A7%C3%A3o%20do%20tecido. Acesso em: 23/09/2024

3. IBM. Disponível em: https://www.ibm.com/br-pt/topics/deep-learning#:~:text=O%20deep%20learning%20%C3%A9%20um%20subconjunto%20do,de%20tomada%20de%20decis%C3%A3o%20do%20c%C3%A9rebro%20humano. Acesso em: 23/09/2024

4. Academia Brasileira de Neurologia. Disponível em: https://abneuro.org.br/2021/09/22/inteligencia-artificial-em-neurologia/. Acesso em: 23/09/2024

5. INTERPRETABLE Machine Learning on Metabolomics Data Reveals Biomarkers for Parkinson’s Disease. ACS Publications, [S. l.], p. 845-1069, 9 maio 2023. Disponível em: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acscentsci.2c01468. Acesso em: 11 nov. 2024.

Veja mais conteúdos:

maio 21, 2024

Boas-vindas à seção de notícias do Portal ReabilitAção!

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, […]

Leia mais
O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Leia mais

Reabilitação infantil: como funciona o tratamento da espasticidade em crianças?

Entenda as principais formas de tratamento pensados para a qualidade de vida dos pequenos A espasticidade é uma condição neurológica, considerada um distúrbio do movimento frequente, que se manifesta clinicamente a partir do aumento no tônus muscular. Essa condição pode afetar significativamente o desenvolvimento motor, trazendo desafios tanto para as próprias crianças quanto para suas […]

Entenda as principais formas de tratamento pensados para a qualidade de vida dos pequenos

A espasticidade é uma condição neurológica, considerada um distúrbio do movimento frequente, que se manifesta clinicamente a partir do aumento no tônus muscular. Essa condição pode afetar significativamente o desenvolvimento motor, trazendo desafios tanto para as próprias crianças quanto para suas famílias e cuidadores¹.

Em crianças, especialmente aquelas que sofreram danos ao Sistema Nervoso Central durante o período pré, peri ou pós-natal, a espasticidade pode interferir nas funções básicas do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), que consiste na aquisição progressiva de habilidades à medida que os anos vão passando. Isso inclui dificuldades em alcançar marcos importantes, como o controle da sustentação da cabeça, o ato de rolar, sentar-se sem apoio, engatinhar e andar².

Também pode levar a deformidades ortopédicas, prejudicar a função manual e o aprendizado motor, contribuir para dores crônicas e afetar o controle postural e a mobilidade². Por isso, compreender essa condição e as opções de tratamento disponíveis é essencial para melhorar a qualidade de vida das crianças que convivem com ela.

Como identificar a espasticidade?

Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento motor. Por isso, é importante que os familiares e cuidadores estejam atentos aos marcos de desenvolvimento da criança.

No entanto, é fundamental que qualquer suspeita seja avaliada por um médico especializado, que poderá orientar sobre os próximos passos e a necessidade de exames adicionais.

Principais causas e diagnóstico da espasticidade infantil

Diversos fatores podem ser considerados causas da espasticidade infantil – todos eles de alguma forma afetam o cérebro e a medula espinhal, resultando na rigidez muscular característica da espasticidade. São eles:

  • AVC
  • Lesões hipóxicas-isquêmicas (falta de oxigênio no cérebro durante o parto)
  • Doenças infecciosas e/ou inflamatórias
  •  Tumores
  • Traumas na região da cabeça

O diagnóstico da espasticidade envolve uma combinação de histórico clínico, exames neurológicos e fisiátricos, testes padronizados e exames de imagem. Para avaliar a funcionalidade, são levados em consideração alguns sistemas de classificação específicos, como o GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa) e o MACS (Sistema de Classificação da Habilidade Manual)7.

Uma equipe multiprofissional também é de extrema importância, pensando em uma abordagem biopsicossocial, uma perspectiva multidisciplinar que compreende as extensões biológicas, psicológicas e social do paciente⁵.

Tratamento multidisciplinar e personalizado

O tratamento da espasticidade é multidisciplinar e personalizado para atender às necessidades específicas de cada criança, sendo comumente dividido em⁶:

  1. Reabilitação e terapias físicas: uso de órteses, equipamentos para a reeducação neuromotora e estimulação elétrica funcional são alguns dos métodos usados para a evolução da capacidade funcional.
  1. Medicações: o uso de medicamentos injetáveis podem ser uma opção de tratamento da espasticidade ao atuarem no relaxamento dos músculos e melhoria da mobilidade. Em alguns casos, medicamentos orais também podem ser prescritos para complementar o tratamento.
  1. Cirurgias: quando a espasticidade causa contraturas musculares permanentes, que não respondem ao tratamento conservador, algumas cirurgias podem ser indicadas, visando aliviar a rigidez muscular e melhorar a função motora.

A influência dos pais e cuidadores no processo de reabilitação infantil

O apoio dos pais e cuidadores é crucial para que o processo de reabilitação seja o mais acolhedor possível. Participar ativamente do programa de reabilitação, encorajar o(a) pequeno(a) paciente e seguir as orientações dos profissionais de saúde em casa, preparam a criança espástica para a vida em comunidade.

Além disso, o suporte do serviço social e psicológico para a família é essencial, ajudando a lidar com os desafios diários e garantindo que a espasticidade não limite a felicidade e o desenvolvimento pleno dos jovens em tratamento.

Referências:

1. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2022/portal-portaria-conjunta-no-5-pcdt_espasticidade.pdf

Acesso em: 30/08/2024.

2. Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/observaped/atraso-do-desenvolvimento-neuropsicomotor-adnpm/#:~:text=O%20desenvolvimento%20neuropsicomotor%20(DNPM)%20consiste,determinada%20habilidade%20na%20idade%20esperada. Acesso em: 30/08/2024.

 3. Academia Brasileira de Neurologia. Disponível em https://abneuro.org.br/2024/01/16/marcos-do-desenvolvimento-infantil-2/. Acesso em: 09/09/24

4. Ministério da Saúde. Disponível emhttps://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/resumidos/20230106_PCDT_Resumido_Espasticidade_final.pdf. Acesso em: 09/09/24

5. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Disponível em: https://posdigital.pucpr.br/blog/modelo-biopsicossocial#:~:text=descobrir%20a%20seguir.-,O%20que%20%C3%A9%20o%20modelo%20biopsicossocial,estar%20no%20organismo%20do%20paciente.

Acesso em: 30/08/2024.

6. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Disponível em: https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/espaticidade.pdf. Acesso em: 09/09/24

7. Chagas, P., Defilipo, E., Lemos, R., Mancini, M., Frônio, J., & Carvalho, R.. (2008). Classificação da função motora e do desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral. Brazilian Journal of Physical Therapy, 12(5), 409–416. https://doi.org/10.1590/S1413-35552008000500011

Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-240694. Distribuído/Aprovado em 11/2024.

Veja mais conteúdos:

maio 21, 2024

Boas-vindas à seção de notícias do Portal ReabilitAção!

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, […]

Leia mais
O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Leia mais

O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento


A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo¹, oferecendo uma abordagem segura e não-invasiva para avaliação e monitoramento de diversas condições clínicas.

Muitas vezes, durante o processo de recuperação, o músculo pode apresentar alterações. Entre elas, destacam-se as de origem motora, como fraqueza ou dificuldade nos movimentos, a rigidez muscular e a espasticidade², caracterizada pela contração muscular excessiva e incapacidade de controlar movimentos, especialmente após um acidente vascular cerebral.

O papel da ultrassonografia na reabilitAção

A ultrassonografia permite uma avaliação detalhada das alterações causadas por diferentes doenças, facilitando o planejamento de tratamentos mais eficazes para cada caso.

Segundo a Dra. Ana Paula Coutinho Fonseca, médica fisiatra e especialista no tema, a ultrassonografia é para os fisiatras aquilo que o estetoscópio é para os clínicos gerais. No entanto, em vez de depender do fator auditivo, a ultrassonografia adiciona um componente visual muito importante ao tratamento.

“De forma resumida, a principal filosofia por trás do uso do ultrassom em medicina é ’ver acreditando’, já que, uma vez visto, o local pode ser avaliado e acessado mais facilmente”, explica. “Desta maneira, uma avaliação funcional pode ser feita e podemos ver como a lesão está ao longo do movimento”, pontua a doutora.

4 grandes vantagens do tratamento combinado à ultrassonografia

De acordo com a médica, o ultrassom pode trazer quatro grandes vantagens:

1. Segurança não-invasiva: a ultrassonografia é um procedimento seguro, sem necessidade de intervenções invasivas.
2. Imagens em tempo real: permite a visualização das estruturas internas durante movimentos específicos, facilitando uma análise dinâmica.
3. Localização específica das lesões: ajuda a identificar a localização exata das lesões, permitindo a personalização dos tratamentos.
4. Avaliação da eficácia das intervenções: auxilia na monitoração contínua do progresso do tratamento, ajustando as terapias conforme necessário.

O recurso também pode ser utilizado em procedimentos como as injeções intramusculares, recomendadas para diversos quadros de reabilitação, pela captação do melhor local para a inserção da agulha e, consequentemente, redução da chance de erros.
“Os resultados são mais precisos tanto do ponto de vista clínico, como nas intervenções guiadas, trazendo menor risco e maior segurança para o paciente.” finaliza a fisiatra.

É importante que, durante toda jornada de reabilitação, a pessoa em tratamento busque acompanhamento médico especializado e converse com os profissionais sobre os possíveis métodos que podem somar em sua recuperação, contribuindo para a melhora da sua mobilidade e independência pessoal. O caminho pode ser desafiador, mas o progresso é um grande passo rumo à melhora da qualidade de vida.

Referências
1. Governo Federal. Disponível em: www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/ultrassonografia-1#:~:text=A%20ultrassonografia%20ou%20ecografia%20%C3%A9,as%20estruturas%20internas%20do%20organismo. Acessado em 17/07/2024
2. Associação Brasil AVC. Disponível em: https://abavc.org.br/index.php/2021/11/23/espasticidade-pos-avc-o-que-e-fatores-de-risco-diagnostico-precoce/ Acessado em 17/07/2024
3. Sociedade Brasileira de AVC. Disponível em: https://avc.org.br/pacientes/como-se-recuperar-apos-o-avc/ Acessado em 17/07/2024

Veja mais conteúdos:

maio 21, 2024

Boas-vindas à seção de notícias do Portal ReabilitAção!

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, […]

Leia mais
O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Leia mais

Há um tempo ideal para a ReabilitAção pós-AVC? Entenda melhor o cronograma de recuperação

Médico fisiatra pontua quais são os fatores essenciais para o processo e explica a importância dos cuidadores durante a recuperação pós-AVC Gravidade das sequelas, tempo de recuperação, dependência física e emocional são alguns dos muitos questionamentos que podem fazer parte da vida pós-AVC – e não só para os pacientes, mas também para os familiares, […]

Médico fisiatra pontua quais são os fatores essenciais para o processo e explica a importância dos cuidadores durante a recuperação pós-AVC

Gravidade das sequelas, tempo de recuperação, dependência física e emocional são alguns dos muitos questionamentos que podem fazer parte da vida pós-AVC – e não só para os pacientes, mas também para os familiares, cuidadores e outras pessoas que participam ativamente do processo de reabilitação.

Isso porque o acidente vascular cerebral, que acontece quando os vasos responsáveis pelo transporte de sangue ao cérebro ficam entupidos ou se rompem, é considerado a principal causa de perda de independência em todo mundo1 e pode impactar a mobilidade, autonomia e qualidade de vida de várias maneiras, deixando marcas que, se não forem tratadas, podem comprometer funções essenciais e resultar em perda de funcionalidade.

Algumas de suas possíveis consequências são2:

> Disfagia ou dificuldade de engolir
> Espasticidade
> Paralisia facial
> Fraqueza muscular
> Déficits de sensibilidade, que podem envolver dor, perda do tato e da capacidade de identificar temperaturas
> Alterações visuais, como visão dupla, desfocada e com dificuldades para ler ou identificar objetos
> Limitação de atividades motoras e funcionais
> Afasia, dificultando o uso da linguagem oral e escrita

A importância da reabilitação imediata

Apesar de variar entre os casos, o início dos cuidados pós-AVC deveria, idealmente, ser iniciado logo após a alta hospitalar. Segundo o médico fisiatra Dr. Eduardo Melo, o serviço de reabilitação deve fazer parte da rotina do paciente em até 03 meses, dependendo da urgência e gravidade do quadro, para se traçar os objetivos funcionais esperados o mais brevemente possível.

Esse atendimento pode ser dividido em duas fases: a aguda, definida pelos três primeiros meses, e a crônica, que se estabelece após seis meses do AVC – reforçando que a duração total varia e é delineada a partir dos objetivos propostos e necessidades de cada pessoa.

Alguns fatores devem nortear os profissionais envolvidos nos primeiros passos da recuperação. “É essencial avaliar precocemente a condição do paciente e entender como era a sua vida antes do episódio de AVC. Outro fator importante é a prevenção de complicações futuras, como dor, espasticidade, deformidades osteomusculares, depressão, entre outras.”, explica o especialista.

O médico ainda explica que, com o passar do tempo, o paciente pode ficar sujeito a reinternações por quedas, dor e infecções, que pioram ainda mais seu estado funcional e impedem uma maior chance de recuperação neurológica, além de trazer mais riscos de mortalidade.

Fatores que podem dificultar o processo

Segundo o especialista, não só os motivos relacionados às sequelas neurológicas e a doenças pré-existentes podem dificultar o processo: há também o impacto do contexto social.

“Há fatores relacionados ao lugar de moradia do paciente, acesso a serviços de transporte e saúde, geradores econômicos, disponibilidade de recursos para a reabilitação, além de desconhecimento por parte dos pacientes, familiares e de equipes de saúde. Ainda hoje, pacientes e profissionais consideram as sequelas do AVC como normais e/ou irrecuperáveis”, relata o doutor.

É importante lembrar que tanto as metas quanto a recuperação devem ser definidas de forma individual, levando em consideração o caso e a necessidade de cada paciente a curto, médio e longo prazo. “As de curto prazo são relacionadas com a prevenção de complicações e melhora clínica. Já as de médio prazo são, geralmente, relacionadas ao treino de recuperação neurológica. E, por fim, as de longo prazo estão relacionadas ao retorno dos pacientes e de suas famílias às atividades sociais, familiares, de lazer, etc.”, pontua o fisiatra.

A importância da rede de apoio para um processo de recuperação mais leve

Além de contar com a paciência, força de vontade e adesão do próprio paciente aos tratamentos propostos, os esforços para aumentar a qualidade de vida e melhorar a eficácia de todo o processo também são responsabilidade da família e cuidadores. Esses, que muitas vezes passam por cansaço físico, mudanças psicológicas e emocionais, costumam abandonar o ambiente de trabalho e fazer alterações na vida conjugal ou familiar, são essenciais para o desenvolvimento de uma possível melhoria3.

“Quando se discute a reabilitação pós-AVC, é fundamental considerar os cuidadores, que passam por uma certa sobrecarga e estresse. Normalmente, os pacientes, ao iniciarem seu programa de reabilitação, devem ter seus objetivos funcionais a serem discutidos com a equipe e seus cuidadores, incluindo tempo para conquista de cada objetivo”, completa o médico.

Por fim, é importante ter em mente que o tratamento imediato é tão importante quanto um olhar atencioso sobre o cuidador, um dos principais agentes responsáveis pela eficácia e melhoria das sequelas durante toda a jornada.

Referências:

  1. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/avc Consulta em 11/07/2024
  2. Sociedade Brasileira de AVC. Disponível em: https://avc.org.br/pacientes/como-se-recuperar-apos-o-avc/
    Consulta em 11/07/2024
  3. Associação Ação AVC. Disponível em: https://www.acaoavc.org.br/pacientes-e-familiares/cuidadores-e-familiares-de-avc/avc-familiar-cuidador-autocuidado-e-autoestima
    Consulta em: 11/07/2024

Veja mais conteúdos:

maio 21, 2024

Boas-vindas à seção de notícias do Portal ReabilitAção!

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, […]

Leia mais
O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Leia mais

Boas-vindas à seção de notícias do Portal ReabilitAção!

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, […]

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação

O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, também dedicada à reabilitação física e neurológica.

Aqui, você passa a encontrar entrevistas exclusivas com médicos especialistas, abordando as principais dúvidas sobre diversos aspectos da reabilitação, com foco na espasticidade pós-AVC, distonia, lesão medular e paralisia cerebral. Essas conversas serão uma fonte valiosa de conhecimento para pacientes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde interessados em aprender mais sobre as melhores práticas de tratamento e manejo dessas condições.

A reabilitAção é um processo contínuo e multidisciplinar, que envolve não apenas o tratamento físico, mas também o suporte emocional e psicológico. Estamos comprometidos a entregar conteúdos abrangentes e atualizados para ajudar aqueles que convivem com desafios de saúde neurológica e física a viverem suas vidas da melhor maneira possível. Não perca as próximas entrevistas e artigos! Juntos, podemos aprender, crescer e enfrentar os desafios da reabilitAção com informação, determinação e perspectiva.

Veja mais conteúdos:

maio 21, 2024

Boas-vindas à seção de notícias do Portal ReabilitAção!

Neste novo espaço, especialistas respondem às principais dúvidas sobre reabilitação O universo da reabilitAção é vasto e cheio de desafios, mas também repleto de esperança e oportunidades de melhoria da qualidade de vida. Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes sobre este tema tão importante, estamos lançando uma nova seção em nosso site, […]

Leia mais
O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Leia mais