Distonia

A distonia é um distúrbio neurológico que causa contrações musculares intensas. Essas contrações resultam em movimentos complexos, bruscos e involuntários dos membros, tipicamente padronizados e repetitivos, com posturas corporais anormais, tornando difícil o seu controle, comumente gerando dor¹.

Distonia

O distúrbio pode afetar diversos músculos, como os das pálpebras, pescoço, face, boca, língua, braços, pernas e tronco, podendo levar à dificuldade de movimentação, de locomoção e de comunicação. A causa exata da distonia ainda é desconhecida, pode ser hereditária, adquirida ou idiopática (sem causa conhecida), podendo aparecer em crianças, adultos e idosos².

Classificação

  • Focal, quando apenas em uma região do corpo;
  • Segmentar, afetando duas ou mais regiões contíguas;
  • Multissegmentada, duas ou mais regiões não contíguas;
  • Generalizada, que afeta tronco, duas ou mais regiões do corpo;
  • Hemidistonia, múltiplas regiões em um lado do corpo.

Diagnóstico da Distonia

Ainda não há um teste único e específico para confirmar o diagnóstico de distonia. Como apresenta sintomatologia inicial semelhante a de outras doenças como torcicolo congênito, cãibras e contraturas musculares, tremor essencial e até tiques nervosos1, o fechamento do quadro pode levar mais tempo.

O diagnóstico depende da observação clínica dos sintomas feita pelo médico neurologista, com histórico completo do paciente e exames que podem descartar outras condições ou distúrbios.

Os sintomas mais comuns são1,3:

  • Uma parte do corpo é flexionada ou torcida em uma posição anormal;
  • Movimentos corporais repetitivos e padronizados, que podem se assemelhar a tremores;
  • Piscadas involuntárias, rápidas e incontroláveis;
  • Sensação de aperto repentino ou torção do pescoço para um lado, especialmente em momentos de cansaço ou estresse;
  • Dificuldade em falar;
  • Além dos movimentos anormais, depressão e ansiedade são sintomas não motores comuns da distonia.
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Tratamento da Distonia2

Não há cura para a distonia e, portanto, o tratamento consiste na reabilitação física direcionada para a contenção dos sintomas. O tratamento pode ser feito com uso de medicações orais, injetáveis e procedimentos não invasivos e invasivos de neuromodulação, entre outros.

Referências

  1. https://dystonia-foundation.org/what-is-dystonia/
  2. https://www.aans.org/en/Patients/Neurosurgical-Conditions-and-Treatments/Dystonia
  3. https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/dystonia
  4. https://journals.lww.com/continuum/Abstract/2016/08000/Diagnosis_and_Management_of_Dystonia.15.aspx

Para além disso, a pessoa com distonia precisa ter um acompanhamento fisioterápico regular, trabalhando essencialmente o alongamento e relaxamento da região do corpo comprometida. Essas abordagens podem ser usadas sozinhas ou em combinação, com o objetivo de ajudar a bloquear a comunicação entre o nervo e o músculo e diminuir os movimentos e posturas anormais, bem como a dor.

Dessa forma, o tratamento adequado para um paciente diagnosticado com distonia deve ser integrado por uma equipe multiprofissional, compondo neurologista, fisiatra, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e psicólogo, uma vez que o impacto emocional se faz bastante presente.

Referências

  1. https://dystonia-foundation.org/what-is-dystonia/
  2. https://www.aans.org/en/Patients/Neurosurgical-Conditions-and-Treatments/Dystonia
  3. https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/dystonia
  4. https://journals.lww.com/continuum/Abstract/2016/08000/Diagnosis_and_Management_of_Dystonia.15.aspx