A paralisia cerebral (PC) é um grupo de distúrbios neurológicos que variam em gravidade, afetando o desenvolvimento, com importante impacto sobre o funcionamento do corpo. Entre algumas das condições relacionadas ao escopo funcional, estão problemas de tônus muscular, postura, equilíbrio, marcha (maneira de andar) e coordenação dos movimentos.
A PC é a deficiência mais comum na infância, acometendo 17 milhões de pessoas no mundo.
É uma condição complexa que afeta diversas áreas do desenvolvimento¹:
Os sinais de paralisia cerebral variam muito porque existem tipos e níveis diferentes de deficiência. Como os distúrbios motores estão presentes em grande parte dos casos, é importante observar se há um atraso no desenvolvimento de habilidades motoras ou de movimento da criança (como rolar, sentar, ficar em pé ou andar). Porém, crianças que não tem PC também podem apresentar esses atrasos, por isso a avaliação de um neurologista é essencial para o diagnóstico correto.
As causas da paralisia cerebral são variadas, podendo acontecer durante a gestação, na hora do parto ou na primeira infância. As principais causas são:
A sequela motora mais comum de PC é a paralisia cerebral espástica, que afeta cerca de 80% das pessoas com o distúrbio3. Este tipo é caracterizado pelo aumento do tônus muscular, deixando os músculos rígidos, afetando o controle e execução de movimentos. Há alguns tipos de PC espásticas, definidas de acordo com as partes do corpo afetadas³:
Nesse tipo PC a rigidez muscular se dá principalmente nas pernas, com os braços menos afetados ou não afetados. Pessoas com diplegia espástica podem ter dificuldade para andar porque os músculos tensos do quadril e das pernas fazem com que suas pernas se juntem, virem para dentro e se cruzem na altura dos joelhos.
Atinge apenas um lado do corpo, neste caso, geralmente o braço é mais afetado do que a perna.
Esta é a forma mais grave de PC espástica, afetando pernas e braços, tronco e a face. Pessoas com quadriparesia espástica geralmente não conseguem andar e costumam ter outras deficiências de desenvolvimento, como a intelectual, além de convulsões, problemas de visão, audição ou fala.
Quando falamos da necessidade de oferecer tratamento integral aos pacientes neurológicos com limitações motoras, não podemos deixar de fora a atuação do terapeuta ocupacional. Ela compreende uma análise profunda das necessidades e objetivos do paciente, para a devida promoção de atividades essenciais para a retomada das funções básicas, que fazem toda a diferença para a […]
Ouça todos os PodcastsA paralisia cerebral não tem cura, mas o tratamento auxilia na redução do impacto do desenvolvimento da criança por meio da reabilitação bem direcionada, com o suporte de uma equipe multidisciplinar que pode envolver, além do médico neurologista, fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros especialistas.
Referências
Além de medicações orais e injetáveis e órteses, manobras físicas e intervenções cirúrgicas auxiliam nas disfunções motoras a partir do relaxamento dos membros espásticos4. Por não se tratar necessariamente de um distúrbio intelectual, muitas crianças passam a ter uma vida adulta funcional se forem gerenciadas de maneira adequada. Quanto mais cedo a reabilitação for iniciada, melhores chances as crianças têm de superar as deficiências de desenvolvimento ou aprender novas maneiras de realizar as tarefas da vida diária5.
Referências